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23 de agosto de 2011

Processo de Ensino e Aprendizagem

(Texto retirado do Curso Midias na Educação/UFRGS/2011 - escrito por Anita Raquel S. Grando)


      Para Fernández (1998), as reflexões sobre o estado atual do processo ensino-aprendizagem nos permite identificar um movimento de idéias de diferentes correntes teóricas sobre a profundidade do binômio ensino e aprendizagem.
      Entre os fatores que estão provocando esse movimento podemos apontar as contribuições da Psicologia atual em relação à aprendizagem, que nos leva a repensar nossa prática educativa, buscando uma conceptualização do processo ensino-aprendizagem.
      As contribuições da teoria construtivista de Piaget, sobre a construção do conhecimento e os mecanismos de influência educativa têm chamado a atenção para os processos individuais, que têm lugar em um contexto interpessoal e que procuram analisar como os alunos aprendem, estabelecendo uma estreita relação com os processos de ensino em que estão conectados.
      Os mecanismos de influência educativa têm um lugar no processo de ensino-aprendizagem, como um processo onde não se centra atenção em um dos aspectos que o compreendem, mas em todos os envolvidos.
      Se analisarmos a situação atual da prática educativa em nossas escolas identificaremos problemas como: a grande ênfase dada a memorização, pouca preocupação com o desenvolvimento de habilidades para reflexão crítica e auto-crítica dos conhecimento que aprende; as ações ainda são centradas nos professores que determinam o quê e como deve ser aprendido e a separação entre educação e instrução.
      A solução para tais problemas está no aprofundamento de como os educandos aprendem e como o processo de ensinar pode conduzir à aprendizagem.
     O processo de ensino-aprendizagem tem sido historicamente caracterizado de formas diferentes (clique aqui para visualizar as tendências), que vão desde a ênfase no papel do professor como transmissor de conhecimento, até as concepções atuais que concebem o processo de ensino-aprendizagem com um todo integrado que destaca o papel do educando.
     Nesse último enfoque, considera-se a integração do cognitivo e do afetivo, do instrutivo e do educativo como requisitos psicológicos e pedagógicos essenciais.
     A concepção defendida aqui é que o processo de ensino-aprendizagem é uma integração dialética entre o instrutivo e o educativo que tem como propósito essencial contribuir para a formação integral da personalidade do aluno. O instrutivo é um processo de formar homens capazes e inteligentes. Entendendo por homem inteligente quando, diante de uma situação problema ele seja capaz de enfrentar e resolver os problemas, de buscar soluções para resolver as situações. Ele tem que desenvolver sua inteligência e isso só será possível se ele for formado mediante a utilização de atividades lógicas. O educativo se logra com a formação de valores, sentimentos que identificam o homem como ser social, compreendendo o desenvolvimento de convicções, vontade e outros elementos da esfera volitiva e afetiva que junto com a cognitiva permitem falar de um processo de ensino-aprendizagem que tem por fim a formação multilateral da personalidade do homem.
     A eficácia do processo de ensino-aprendizagem está na resposta em que este dá à apropriação do conhecimentos, ao desenvolvimento intelectual e físico do estudante, à formação de sentimentos, qualidades e valores, que alcancem os objetivos gerais e específicos propostos em cada nível de ensino de diferentes instituições,conduzindo a uma posição transformadora, que promova as ações coletivas, a solidariedade e o viver em comunidade.
     A concepção de que o processo de ensino-aprendizagem é uma unidade dialética entre a instrução e a educação está associada à idéia de que igual característica existe entre ensinar e aprender. Esta relação nos remete a uma concepção de que o processo de ensino-aprendizagem tem uma estrutura e um funcionamento sistêmico, isto é, está composto por elementos estreitamente interrelacionados.
     Todo ato educativo obedece determinados fins e propósitos de desenvolvimento social e econômico e em conseqüência responde a determinados interesses sociais, sustentam-se em uma filosofia da educação, adere a concepções epistemológicas específicas, leva em conta os interesses institucionais e, depende, em grande parte, das características, interesses e possibilidades dos sujeitos participantes, alunos, professores, comunidades escolares e demais fatores do processo. A visão tradicional do processo ensino-aprendizagem é que ele é um processo neutro, transparente, afastado da conjuntura de poder, história e contexto social. O processo ensino-aprendizagem deve ser compreendido como uma política cultural, isto é, como um empreendimento pedagógico que considera com seriedade as relações de raça, classe, gênero e poder na produção e legitimação do significado e experiência. Tradicionalmente este processo tem reproduzido as relações capitalistas de produção e ideologias legitimadoras dominantes ao ignorarem importantes questões referentes às relações entre conhecimento x poder e cultura x política. O produto do processo ensino-aprendizagem é o conhecimento. Partindo desse princípio, concebe-se que o conhecimento é uma construção social, assim torna-se necessário examinar a constelação de interesses econômicos, políticos e sociais que as diferentes formas de conhecer podem refletir. Para que o processo ensino-aprendizagem possa gerar possibilidades de emancipação é necessário que os professores compreendam a razão de ser dos problemas que enfrentam e assuma um papel de sujeito na organização desse processo. As influências sócio-político-econômicas, exercem sua ação inclusive nos pequenos atos que ocorrem na sala de aula, ainda que não sejam conscientes. Ao selecionar algum destes componentes para aprofundar deve-se levar em conta a unidade, os vínculos e os nexos com os outros componentes.
     O componente é uma propriedade ou atributo de um sistema que o caracteriza; não é uma parte do sistema e sim uma propriedade do mesmo, uma propriedade do processo docente-educativo como um todo. Identificamos como componente do processo de ensino-aprendizagem:
  •     Aluno - devem responder a pergunta: "quem?"
  •     Professor
  •     Problema – elemento que é determinado a partir da necessidade do aprendiz.
  •     Objetivo – deve responder a pergunta: "Para que ensinar?"
  •     Conteúdo - deve responder a pergunta: "O que aprender?"
  •     Métodos - deve responder a pergunta: "Como desenvolver o processo?"
  •     Recursos- deve responder a pergunta: "Com o quê?"
     Avaliação é o elemento regulador, sua realização oferece informação sobre a qualidade do processo de ensino aprendizagem, sobre a efetitividade dos outros componentes e das necessidades de ajuste, modificações que o sistema deve usufruir.
     A integração de todos os componentes forma o sistema, neste caso o processo de ensino-aprendizagem. As reflexões sobre o caráter sistêmico dos componentes do processo de ensino-aprendizagem e suas relações são importantes em função do caráter bilateral da comunicação entre professor-aluno; aluno-aluno, grupo-professor, professor-professor. 

Referências Bibliográficas:
CAPRA, Fritjof – A teia da vida. São Paulo: Cultrix, 1996 D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação para uma sociedade em transição. Campinas, SP: Papirus, 1999

FERNÁNDEZ. Fátima Addine. Didática y optimización del processo de enseñanza-aprendizaje. IN: Instituto Pedagógico Latinoamericano y Caribeño – La Havana – Cuba, 1998

6 de agosto de 2011

Um "causo": Jesus professor

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Ele os preparava para serem os educadores. Tomando a palavra, disse-lhes:
"Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes...
Pedro o interrompeu: - Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou: - É pra copiar?
Filipe lamentou-se: - Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber: - Vai cair na prova?
João levantou a mão: - Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou: - O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se: - Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou: - Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou: - Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou: - Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote, gritou nervoso: - Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se: - Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
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Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
- Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
- Quais são os objetivos gerais e específicos?
- Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas?
- E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
- Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
- Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
- E vê lá se não vai reprovar alguém!
E, foi nesse momento que Jesus disse:
"Senhor, por que me abandonastes..."