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4 de novembro de 2010

Poesia na sala de aula

         Até a década de 60, o texto poético apresentado nas escolas atendia aos interesses da moral e do civismo da vida adulta. Tido como um aconselhamento aos pequenos leitores sobre  como pensar e agir conforme os  padrões dos adultos.
        A  experiência, interesses e o cotidiano infantil eram desprezados nessas produções poéticas e somente a partir dos anos 60 é que a poesia descobriu a palavra como um jogo com ritmo e musicalidade.
        Esta forma de fazer poesia agradou e vem agradando, não só  as crianças mas aos leitores de qualquer idade.
       Este gênero tem sido amplamente utilizado nos livros didáticos, principalmente nos anos iniciais e autores como: Cecília Meireles, Sérgio Caparelli,  Elias José, José Paulo Paes e Vinícius de Moraes, são os que aparecem  regularmente.

Poema de Cecília Meireles escrito em 1964 e que deu título ao seu livro.
 Ou Isto Ou Aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
 quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
E vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Vinícius de Morais, Esta poesia é letra de uma música . Transforma em estranho o conhecido, desconstruindo verso a verso a noção de casa e construindo uma ausência muito engraçada.
        



 A Casa
  Era uma casa
 Muito engraçada
 Não tinha teto
 Não tinha nada
 Ninguém podia
 Entrar nela não
 Porque na casa
 Não tinha chão
 Ninguém podia
 Dormir na rede
 Porque na casa
 Não tinha parede
 Ninguém podia
 Fazer pipi
 Porque penico
 Não tinha ali
 Mas era feita
 Com muito esmero
 Na Rua dos Bobos
 Número Zero.

Mário Quintana
Poeta gaúcho, passou grande parte de sua vida em Hotéis. Residiu no Magestic, hoje transformado em Centro Cultural e leva seu nome.
Canção da garoa
Em cima do telhado
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.
O relógio vai bater:
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.
E chove sem saber porquê
E tudo foi sempre assim!
   Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...

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