Os trabalhos de Pestalozzi, Froebel, Maria Montessori, Decroly, abriram cada um a seu tempo e modo, caminhos para que se repensasse o ensino de matemática na escola, ainda na infância, mas a partir dos estudos de Piaget, é que se deu maior importância em como se dá o conhecimento lógico matemático.
De acordo com Becker, “[...] na visão piagetiana, tornar-se humano, construir a inteligência é pensar lógico matematicamente e construir uma condição fundamental para compreender o mundo.”
Para Piaget (1978) o conhecimento lógico matemático é uma construção que resulta da ação mental da criança sobre o mundo “[...] consistindo em agir sobre os objetos, mas com abstração dos conhecimentos, a partir da ação e não mais dos próprios objetos. [...] a ação começa por conferir aos objetos caracteres que não possuíam por si mesmos [...]” Assim, esta ação construída a partir de relações que o sujeito elabora na sua atividade de pensar o mundo, e das ações sobre os objetos, ao agir sobre o meio e modificá-lo, a criança também modifica a si mesmo.
Não se aprende por repetição, pois o conhecimento é um processo de criação e o ensino deveria propiciar situações que levem o aluno a investigar buscando por respostas para resolver os problemas apresentados. O aluno ao se deparar por situações que o desequilibre naquilo que ele sabe, revisitará todo seu conhecimento, com isto ampliando-o e, assim, dando lugar as novas e mais complexas relações.
Piaget considera duas formas de compreender as experiências ligadas às ações materiais dos sujeitos:
1) Experiências físicas: a ação sobre o objeto para dele descobrir suas propriedades já possuídas antes da manipulação do sujeito sobre estes objetos. Ex. Comparação de cores e comprimento.
2) Experiências lógico-matemáticas: A informação não se obtém a partir dos objetos em particular, nem as suas propriedades físicas, mas a partir das próprias ações, isto é, das relações que se estabelecem quando o sujeito age sobre este objeto ao pensar e por se constituírem em uma reflexão são interiorizadas.
A ação sobre os objetos torna-se indispensável para a compreensão, porém para que exista aprendizagem é necessário que o aluno reflita sobre o que levou a agir, isto é, estabeleça relações entre aquilo que fazia e o problema que o levou a realizar tais ações.
Referências: PIAGET, Jean. Psicologia e Epistemologia: Por uma teoria do Conhecimento. Rio de Janeiro: Forense, 1978.
Adoreii!!!!
ResponderExcluirMaravilhoso.