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17 de agosto de 2013

Michel Montaigne e a Educação

"Nós podemos chegar a ser cultos com conhecimento de outros homens mas nós não podemos ser sábios com sabedoria de outros homens."

Michel Eyquem de Montaigne nasceu em 1533 e faleceu em 1592. Nascido de uma família nobre, possuidor de uma educação clássica, após a morte do pai, retirou-se para seu castelo a fim de poder escrever e refletir. Nas suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objeto de estudo, sendo considerado um humanista.
Tal obra foi considerada como um auto-retrato de um homem, mais do que o auto-retrato de um filósofo e ao fazer esse estudo, de auto-observação, acabou por observar também o Homem no seu todo.
Para Montaigne, em Ensaios, existia uma diferença entre as pessoas considerada sábias e às que realmente eram possuidoras de sabedoria. Não bastavam ter somente a cabeça cheia de ciência, da qual era retirada dos livros e apenas expressas verbalmente, era preciso de que lhes fossem desenvolvido o bom–senso e a virtude.
Para ele, muito dos estudantes somente receberam de seus mestres uma informação das ciências e não uma assimilação. Faziam deste conhecimento científico, apenas um assunto de conversa, com palavras ditas por eles mas pensadas por outros. Apenas uma reprodução de idéias como se fossem papagaios, sem que as opiniões do saber alheio se tornassem deles.
Montaigne escreve que os pedantes lidam com pensamentos vazios, e os realmente sábios lidam com pensamentos que dão sentido à vida humana. Por cuidarmos dos saberes e das opiniões alheias, deixamos de nos questionar quais as nossas próprias opiniões. É preciso que este conhecimento torne-se nosso, que possamos assimila-lo e não apenas reproduzi-lo. Ainda que nos tornemos sábios com o saber alheio é preciso que tenhamos a nossa própria sabedoria. Esta nos avisará de que tal conhecimento vem de outro e nós compactuamos ou discordamos com as opiniões alheias. Para que isto ocorra, é necessário que questionemos que nos apossemos das informações por assimilação e não por simples repetição.
“Ora, não basta que as instituições não nos tornem piores, é preciso que nos façam melhores. ” ( Montaigne, Ensaios I , pg 76).
Tal afirmação, ainda hoje, não é seguida. Muitas de nossas instituições educacionais, apenas primam pelo conhecimento científico esquecendo-se de promover a formação interior dos educandos. É preciso que deixemos de ser alienados aos pensamentos prontos e dos outros e passemos a ter nossas próprias opiniões. Que sejamos educados como um ser integral, não que o conhecimento das ciências sejam desnecessários, mas este saber seja apropriado por nós, e não que apenas o repitamos porque assim nos foi ensinado.

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