A alfabetização pode ser definida como a apropriação do sistema de
escrita, que pressupõe a compreensão do princípio alfabético, indispensável ao
domínio da leitura e da escrita. O letramento, por sua vez, é definido como as
práticas e os usos sociais da leitura e da escrita em diferentes contextos
(Brasil.Inep, 2012a).
Pode-se, então, assumir que:
Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e
escrever, bem como o resultado da ação de usar essas habilidades em práticas
sociais, é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo
como consequência de ter-se apropriado da língua escrita e de ter-se inserido
num mundo organizado diferentemente: a cultura escrita. Como são muito variados
os usos sociais da escrita e as competências a eles associadas (de ler um
bilhete simples a escrever um romance), é frequente levar em consideração níveis
de letramento (dos mais elementares aos mais complexos). Tendo em vista as
diferentes funções (para se distrair, para se informar e se posicionar, por exemplo)
e as formas pelas quais as pessoas têm acesso à língua escrita – com ampla
autonomia, com ajuda do professor ou da professora, ou mesmo por meio de alguém
que escreve, por exemplo, cartas ditadas por analfabetos –, a literatura a respeito
assume ainda a existência de tipos de letramento ou de letramentos, no plural.
(Brasil.MEC/SEB, 2008, p. 11).
Educar, no sentido de alcançar tais objetivos de alfabetização e
letramento, visa garantir que as crianças possam vivenciar, desde cedo,
atividades que as levem a pensar sobre as características do nosso sistema de
escrita, de forma reflexiva, lúdica, inseridas em atividades de leitura e
escrita de diferentes textos. É importante considerar, no entanto, que a
apropriação da escrita alfabética não significa que o sujeito esteja
alfabetizado. Essa é uma aprendizagem fundamental, mas, para que os indivíduos
possam ler e produzir textos com autonomia, é necessário que eles consolidem as
correspondências grafofônicas, ao mesmo tempo que vivenciem atividades de
leitura e produção de textos (Brasil.MEC/SEB, 2012, p.22).
Em outros termos, podemos nos referir à alfabetização em dois
sentidos, sendo que:
Alfabetização seria o processo de apropriação
do sistema de escrita alfabético. Para que o indivíduo se torne autônomo nas
atividades de leitura e escrita, ele precisa compreender os princípios que
constituem o sistema alfabético, realizar reflexões acerca das relações sonoras
e gráficas das palavras, reconhecer e automatizar as correspondências som grafia.
É certo, portanto, que, na alfabetização, a criança precisa dominar o sistema
alfabético, o que demanda que o professor trabalhe explicitamente com as relações
existentes entre grafemas e fonemas. No entanto, esse aprendizado não é
suficiente. O aprendiz precisa avançar rumo a uma alfabetização em sentido lato,
a qual supõe não somente a aprendizagem do sistema de escrita, mas também os
conhecimentos sobre as práticas, usos e funções da leitura e da escrita, o que
implica o trabalho com todas as áreas curriculares e em todo o processo do
Ciclo de Alfabetização. Dessa forma, a alfabetização em sentido lato se relaciona
ao processo de letramento envolvendo as vivências culturais mais amplas.
(Brasil.MEC/SEB, 2012 p. 27)
Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2013/livreto_ANA_online.pdf
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