Minhas fotos

.............. ........................ Clique na imagem para mais detalhes

Minhas Fotos!

Para ver mais fotos CLIQUE AQUI

13 de outubro de 2016

Na sala de aula...

É na escola e na interação social que ela proporciona que a criança aprende a se tornar autônomo e a ser capaz de exercer esta autonomia com responsabilidade. (MARQUES, 2015)
Iniciei esta atividade com esta frase, por acreditar que as ações pedagógicas a serem desenvolvidas em sala de aula, não se referem somente ao planejamento da professora quanto as atividades que realizará com seus alunos. Pensar em um ambiente de aprendizagem é também pensar nas trocas sociais, cognitivas e psicológicas que os alunos fazem ao interagir com todo o espaço escolar.
Desta forma, acreditando que a criança constrói seu conhecimento tanto do “conteúdo” escolar como também do mundo, acredito em um ambiente onde o diálogo entre todos se realize de forma a se respeitar a diversidade do aprender, do ser e dos saberes que permeiam os espaços escolares.
Nestes últimos três anos,  conheci muitas salas de aula e pouco percebi deste diálogo ocorrendo. Vi professores preocupados em desenvolver os conteúdos programados desde o início do ano, como se apreender tais conteúdos fosse o único objetivo da escola. Não percebem que a aprendizagem deveria ser a base para se encontrar o conteúdo e de que isto deveria vir do interesse destes alunos.
Poucos professores acreditam no trabalho em grupo e na interação que esta forma de se conviver pode promover e com isto se vê alunos sentados uns atrás dos outros, enfileirados como se assim posicionados, pudessem ficar atentos ao professor. Estes educandos afirmam terem medo de um fazer diferente, pois as crianças ficam de conversas sobre assuntos diversos sem prestar atenção a aula que acontece na frente. Poucos são aqueles que se permitem experimentar e se assim o fizessem perceberiam que a agitação é porque estes alunos não estão acostumados a interagir entre eles com o objetivo de trabalhar uma matéria em sala de aula.
As paredes, quando decoradas com trabalhos que a turma realiza, na maioria das vezes feita por crianças dos anos iniciais, pinturas em desenhos previamente copiados. Poucos são os trabalhos com autoria e que represente a diversidade de assuntos que podem ser trabalhados em uma mesma aula. Pouco se vê na decoração da sala de aula a identidade da turma.
E sentados uns atrás dos outros, em uma sala de aula pouco estimulante ao querer aprender, esquecidos do “perguntar” que toda a criança faz desde antes mesmo de entrar na escola, com um professor de costas passando a matéria em quadro de giz ou em um mais moderno como o quadro branco, não resta-lhes muito a fazer: agitam-se na maior bagunça, brigam uns com os outros, trocam mensagens no celular ou simplesmente viram a cadeira e ficam de conversas com os colegas de seu entorno. Aqueles que acreditam que a escola deva ser assim e pouco refletem em um fazer pedagógico diferente, tentam em vão entender a matéria exposta no quadro ou em um livro didático sendo lido por dois alunos, já que não têm o bastante para serem distribuídos um para cada um da turma. E quando o professor é um daqueles que afirma ter controle sobre a turma, que fala mais alto e que exige uma organização quase que militar com seus alunos, estes, mesmo que parecendo atentos, apenas decoram a matéria sem nunca saber para que servirá em sua vida aquele determinado conteúdo.
Ao se chegar à sala da Direção ou da Supervisão, muitos celulares retirados dos alunos com a alegação dos professores de deixá-los desatentos ou de preocuparem-se somente com as conversas nas redes sociais. Contudo, o mesmo professor que retirou o aparelho do aluno alegando proibição, atende a chamada em sala de aula sem se preocupar em dar qualquer explicação de necessidade para a turma, ou pensa que ninguém percebe quando o faz nos corredores, realizando ou atendendo chamada e até mesmo interagindo nas suas redes sociais.

É preciso que a própria escola se perceba como realmente é, que reflita sobre suas ações e principalmente que aprenda a ter o diálogo como seu primeiro princípio, não só no seu PPP, mas no seu dia a dia. Quando a escola conseguir falar a mesma linguagem que as crianças e jovens, quando souber ouvir o coletivo, quando se inteirar do contexto social em que seus alunos estão inseridos, quando considerar o afeto e acreditar que todos são capazes, quando conceber uma educação que tenha como base as aprendizagens e não aqueles conteúdos fechados e pouco flexíveis, teremos assim, uma escola que concebe uma educação para todos, uma escola que age para a diversidade, enfim, uma escola participativa, afetiva e democrática.

Nenhum comentário:

Postar um comentário