A fragmentação do ensino fundamental é ainda frequente nas escolas brasileiras: classes de alfabetização, anos iniciais e anos finais. Essa fragmentação contraria o próprio conceito de ensino fundamental. Fere os princípios de construção progressiva e contínua das habilidades e conhecimentos, e dificulta uma continuidade levando a uma ruptura do processo de aprendizagem.
A compreensão do ato de aprender a ler, situa-se no cruzamento de vários eixos. A formação do leitor, na escola, tem duas facetas: uma delas é o desenvolvimento sistemático e progressivo das habilidades de leitura – compreensão, interpretação, inferência, avaliação, etc., o que se faz com textos curtos sobre os quais se propõe questões, formulado-se exercícios e atividades; a segunda faceta é o incentivo à leitura como prazer e lazer, o que se faz promovendo o convívio dos alunos com livros de diferentes gêneros – narrativas, poemas, histórias em quadrinhos, etc., possibilitando a leitura de livros inteiros, sugerindo atividades que possam levar o aluno a descobrir o prazer de ler.
Para Jolibert (1994), não se ensina uma criança a ler, onde através de seus próprios processos e suas etapas, é ela quem se ensina. Ao professor, cabe ajudar a formação do aluno leitor, trazendo a literatura para sala de aula, estimulando a leitura de livros, promovendo atividades que despertem o desejo de ler e levem à descoberta do prazer que pode ser proporcionado pela leitura. Cabe também, ajudá-lo a interrogar o escrito a procura sentido levando-os às hipóteses e ao encontro de suas próprias estratégias de leitura.
O livro não deve ser imposto ao aluno e a leitura não deve sempre fazer parte de uma tarefa ou dever escolar, como uma ficha de leitura ou forma de avaliação. O desenvolvimento das atividades precisam despertar no aluno o interesse pela leitura e até mesmo por determinado livro e o professor ao favorecer às discussões de leituras anteriormente realizadas, promoverá a aproximação entre alunos e livros e o contato com diferentes gêneros e portadores de textos.
Tais contatos poderiam ser realizados através da ida dos alunos à biblioteca escolar, às bibliotecas públicas, às livrarias, à formação de uma mini-biblioteca em sala de aula, com a promoção de um espaço onde as crianças possam manusear, folhear, ler, trocar experiências, informações e sugestões; perceber a variação de portadores de textos;estimular o imaginário, e por fim, fazer-se um leitor.
BIBLIOGRAFIA
JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
SOARES, Magda, Uma proposta para o letramento, São Paulo: Moderna, 1999.
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