Inclusão Escolar
As questões da inclusão no campo da educação vêm ganhando
espaço no Brasil a partir da década de 90. Até então as crianças e jovens
deficientes não eram reconhecidos como fazendo parte do grupo dos “educáveis”.
Sendo assim, era-lhes negado o direito de frequentar qualquer tipo de
instituição educacional e por serem consideradas fora de um padrão de
“normalidade” eram excluídas dos bancos de sala de aula, sendo segregadas em
casa ou em instituições especiais.
Helena Antipoff (1892-1974), psicóloga russa, radicada no
Brasil, criou em 1935, a
Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais,uma instituição com objetivo de atender a
educação de crianças “excepcionais”[1],
termo criado por ela “[...] em vez de ’anormais’, com a finalidade de evitar os
efeitos estigmatizantes do rótulo negativo [...]” (CAMPOS, 2010, p.65). Eram
consideradas crianças excepcionais aquelas que “[...] repetiam o mesmo ano uma
ou mais vezes, e também aquelas que apresentavam defeitos físicos ou
instabilidade emocional eram consideradas atrasadas do ponto de vista educacional.”
Estas crianças por não acompanharem as turmas de ensino regular eram
matriculadas nas escolas especiais.
As escolas especiais surgiram pela incapacidade do sistema
regular de ensino em atender crianças e jovens que apresentassem alterações
orgânicas, estruturais ou funcionais, que as impedissem de ter uma vida
“normal” em sociedade. No entanto as turmas eram formadas sob a influência
médica ou clínica que determinavam o grau de comprometimento físico ou mental
de cada criança, sendo agrupadas com mesmo comprometimento patológico onde o
fazer pedagógico estava atrelado às ações terapêuticas. (CANANÉA, 2009, p.10)
Em 1994 foi realizado na cidade de Salamanca, Espanha, a
Conferência Mundial sobre Educação Especial, organizado pela Unesco e pelo
governo espanhol. Ao final da Conferência foi elaborada a Declaração de Salamanca, considerado um importante e um dos
principais documentos mundiais que visam a inclusão social, influenciando as
políticas de vários países referentes ao tema da Inclusão. (CANANÉA, 2009, p.11)
O Brasil não se fez presente nesta Conferência, mas foi
influenciado a mudar sua política educacional quando da elaboração da Lei
9.394/96. Em seu capítulo V, fixou diretrizes sobre a educação especial e,
ainda que com determinadas imprecisões e indefinições, assegura o atendimento
dos alunos portadores de necessidades especiais em escola regular. No Artigo de nº 58, a Educação Especial é entendida como uma “[...] modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,
para educandos portadores de necessidades especiais [...]”. (BRASIL, Lei nº
9.394/96)
A Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, do
Conselho Nacional de Educação, confirma o “atendimento aos alunos com
necessidades educacionais especiais no ensino regular em qualquer etapa da
Educação Básica”. (BRASIL, Art. 7º, 2001, p. 2).
O Artigo 5º traz referência aos educandos com necessidades
especiais como todo aquele que durante o processo educacional, apresente:
I - dificuldades
acentuadas de aprendizagem ou limitações
no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das
atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica
específica;
b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações
ou deficiências; (BRASIL, 2001, p.2) (grifos meus)
Carvalho (2005, p. 117-119) entende “dificuldades acentuadas”
e das “limitações no processo de desenvolvimento” constantes no referido
artigo, sob duas óticas:
Sócio cultural – Educandos que apresentam necessidades
educacionais especiais seja por desvantagem de conhecimento ou por defasagem
idade/série.
Orgânica - Educandos que apresentem: dislexia, discalculia,
lesões cerebrais, problemas de natureza afetiva, emocional e psicossocial;
síndromes neurológicas, genéticas, psiquiátricas ou quadros psicológicos
graves, deficiência de comunicação e visual. (CARVALHO, 2005)
Desta forma, amparados por leis, resoluções e pareceres, toda
a criança e jovem, independente de suas características físicas, intelectuais,
psicológicas ou sociais, tem seu direito garantido de frequentar as escolas do
ensino regular, inseridas nas salas de aula.
A inclusão das crianças com necessidades especiais nas
classes regulares, não exclui o atendimento especializado, fazendo-se
necessárias adaptações físicas e pedagógicas no ambiente escolar. E, a fim de
se respeitar a singularidade de cada indivíduo, dar-lhes oportunidades de se
desenvolverem em suas aprendizagens, segundo suas possibilidades.
.
1. Educação Especial e Inclusão Escolar
1.1. Atendimento Educacional Especializado – AEE
1.2.Salas multifuncionais
2 Tec.nologias Acessíveis - TA
2.1 Tecnologias Digitais: Ferramentas de Inclusão para o PNE
2.1.1 Software para Comunicação Alternativa – Boardmaker
2.1.2. TA para Deficiente Visual DV
1. Educação Especial e Inclusão Escolar
1.1. Atendimento Educacional Especializado – AEE
1.2.Salas multifuncionais
Equipamentos
|
Materiais Didático/Pedagógico
|
02 Microcomputadores
|
01 Material
Dourado
|
01 Laptop
|
01 Esquema
Corporal
|
01 Estabilizador
|
01 Bandinha
Rítmica
|
01 Scanner
|
01 Memória
de Numerais l
|
01 Impressora laser
|
01 Tapete
Alfabético Encaixado
|
01 Teclado com colméia
|
01 Software
Comunicação Alternativa
|
01 Acionador de pressão
|
01 Sacolão
Criativo Monta Tudo
|
01 Mouse com entrada para acionador
|
01 Quebra
Cabeças - seqüência lógica
|
01 Lupa eletrônica
|
01 Dominó de
Associação de Idéias
|
01 Dominó de
Frases
|
|
Mobiliários
|
01 Dominó de
Animais em Libras
|
01 Mesa redonda
|
01 Dominó de
Frutas em Libras
|
04 Cadeiras
|
01 Dominó
tátil
|
01 Mesa para impressora
|
01 Alfabeto
Braille
|
01 Armário
|
01 Kit de
lupas manuais
|
01 Quadro branco
|
01 Plano
inclinado – suporte para leitura
|
02 Mesas para computador - 02 Cadeiras
|
01 Memória
Tátil
|
Equipamentos e Matérias Didático/Pedagógico
|
|
01 Impressora Braille – pequeno porte
01 Máquina de datilografia Braille
01 Reglete de Mesa
01 Punção
|
01 Soroban
01 Guia de Assinatura
01 Kit de Desenho Geométrico
01 Calculadora Sonora
|
2.1 Tecnologias Digitais: Ferramentas de Inclusão para o PNE
2.1.1 Software para Comunicação Alternativa – Boardmaker
2.1.2. TA para Deficiente Visual DV
Este atendimento especializado está amparado pela Resolução
CNE/CEB 4/2009, que em seu Artigo 1º define que os “[...] alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação [...]” (BRASIL, 2009, p.1) devam ser matriculados
“[...] nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional
Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais.” (BRASIL,
2009, p.1).
O Ministério da Educação tem oferecido estas salas às escolas
públicas da rede estadual e municipal em que os alunos portadores de
necessidades especiais – PNE estejam registrados no Censo Escolar MEC/INEP.
O Atendimento Educacional Especializado – AEE, para com os
alunos da educação especial, deverá ser ofertado em salas multifuncionais das escolas
regulares, sendo as atividades realizadas nestes ambientes de maneira a
complementar o trabalho educacional das salas comuns.
O PDE - Plano de Desenvolvimento da Educação, destina apoio
financeiro e técnico para a implantação destas salas no sistema de ensino
público. E, disponibilizando recursos pedagógicos e de acessibilidade, vem ao
encontro de uma Política
Nacional de Educação na Perspectiva da Educação Inclusiva, com objetivo de assegurar
que alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e/ou altas
habilidades/superdotação, sejam incluídos nas classes de ensino regular em
igualdade de condições com os demais alunos. (BRASIL, 2010, p.9).
Os estudantes PNE, público alvo do AEE, são definidos como
todo aquele estudante com:
• Deficiência - aqueles
que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem ter obstruída
sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade;
• Transtornos globais
do desenvolvimento - aqueles que apresentam quadro de alterações no
desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na
comunicação e/ou estereotipias motoras. Fazem parte dessa definição estudantes
com autismo infantil, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno
desintegrativo da infância;
• Estudantes com altas
habilidades ou superdotação - aqueles que apresentam potencial elevado e grande
envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas:
intelectual, acadêmica, liderança, psicomotora, artes e criatividade. (BRASIL,
2010, p.7)
O Programa de Implantação das salas multifuncionais tem como
propósito “[...] auxiliar na promoção da escolarização, eliminando barreiras
que impedem a plena participação dos alunos [...] da educação especial, com
autonomia e independência, no ambiente educacional e social.” (BRASIL, 2010,
p.6)
Este programa para o MEC,
[...] atende a necessidade
histórica da educação brasileira, de promover as condições de acesso,
participação e aprendizagem dos alunos público alvo da educação especial no
ensino regular, possibilitando a oferta do atendimento educacional
especializado, de forma não substitutiva à escolarização. (BRASIL, 2010, p.3)
Portanto, a oferta deste atendimento educacional
especializado visa assegurar aos alunos uma reestruturação nas instalações
escolares, onde estas salas são organizadas no espaço da própria escola de
ensino regular, e dotadas de equipamentos, recursos de acessibilidade e
materiais pedagógicos de uso exclusivo aos alunos PNE.
Esta reestruturação não ocorre somente nos espaços físicos da
escola oferecendo apoio à acessibilidade do aluno PNE no ambiente escolar, mas
também orienta o sistema de ensino na organização e oferta do AEE; promove
formação continuada aos professores que atenderão estes alunos e atualizam os
recursos tecnológicos de acessibilidade. (BRASIL, 2010, p.9)
No RS, as escolas são selecionadas para implantação de tais
espaços, de acordo com registros das matrículas de alunos PNE no ensino
regular, identificados no Censo Escolar/INEP, porém nem todas as escolas que têm alunos com necessidades especiais
têm também uma sala AEE, já que é preciso um número mínimo de alunos matriculados
na escola, condições físicas do prédio escolar e oferta de professores
especializados.
Contudo, conforme Resolução nº 4/2009, no seu Art. 5º, o AEE
não podendo ser realizado na própria escola, deverá
[...] ser realizado,
também, em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede
pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem
fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente
dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios. (BRASIL, 2009, p.2)
Desta forma, todo o aluno PNE, matriculado nas escolas da
rede pública de ensino, tem assegurado por lei, atendimento especializado em
ambiente com equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos,
permitindo recursos de acessibilidade ao PNE.
O MEC (2010), com base nos dados do Censo Escolar,
disponibiliza as escolas com salas de recursos multifuncionais, a expansão do
Programa, através de:
·
atualizações
de novos itens;
·
apoio
complementar promovendo formação continuada aos professores da Educação
Especial;
·
informativos através da Revista Inclusão e
outras publicações do MEC/SEESP
Os alunos matriculados em escolas que não possuem recursos
multifuncionais têm assegurado
a oferta de AEE, em sala de recursos de outra escola pública ou em centro de
AEE instalados no município destes educandos. Esta oferta de atendimento deverá
constar no Projeto Político Pedagógico.
As salas multifuncionais foram separadas conforme os tipos de
atendimentos, visando à adequação do material necessário conforme as
necessidades especiais dos alunos.
As tabelas 1 e 2 descrevem as configurações dos equipamentos,
materiais didático-pedagógicos e mobiliários que compõe cada um dos tipos de
sala, sendo observado que na Sala Multifuncional Tipo II, contêm recursos de
acessibilidade para crianças e jovens deficientes visuais.
Tabela 1: Sala Tipo I
Fonte: MEC, Programa de Implantação de salas de Recursos
Multifuncionais, 2010, p.11.
Tabela 2: Sala Tipo II
Fonte: MEC,
Programa de Implantação de salas de Recursos Multifuncionais, 2010, p.12.
Os equipamentos de informática, tanto hardwares bem como os
softwares com programas específicos que possibilitam a acessibilidade do PNE às
tecnologias digitais enviados pelo MEC às escolas da rede pública estadual para
comporem estes espaços educativos, destaco aqueles que fazem parte dos recursos
pedagógicos acessíveis das salas multifuncionais das escolas pesquisadas. (BRASIL,
2010, p.26-33)
·
Microcomputador – Computador com
microprocessador da Intel, com gabinete, monitor de vídeo, teclado, mouse e Sistema
Operacional Microsoft Windows 7 Professional, instalado.
·
Software de Comunicação Alternativa - Software
com interface em Português Brasileiro, para confecção de pranchas de
comunicação[2]
alternativa com o sistema de símbolos de comunicação pictórica.
·
Software Mecdaisy – Software criado na parceria
entre MEC e UFRJ, promovendo o acesso a uma variedade de obras literárias ao DV
e que não estão em Braille.
·
Lupas de aumento - equipamento constituído por uma micro-câmera aliada
a um circuito eletrônico que amplia textos e imagens em computador, para ser
utilizada por alunos com baixa visão.
·
Teclado colméia – Teclado para computador,
padrão ABNT-2, com máscara
colméia que é uma placa de acrílico com perfurações correspondentes a
cada tecla do teclado. Fixada distante das teclas, tem por finalidade evitar
que o aluno que apresenta movimentos involuntários pressione teclas
indesejadas.
·
Impressora Braille – A
impressora possui software sintetizador de voz que verbaliza os comandos e
ajustes, nela configurados. Tem capacidade para imprimir em Braille, dos dois
lados do papel o que foi digitado no computador, tanto um texto quanto um
gráfico.
O professor que atuará nas salas de recursos multifuncionais,
no atendimento dos alunos PNE, conforme Resolução CNE/CEB n.4/2009, artigo 12
deverá ter formação específica para a Educação Especial, atendendo de forma
complementar ou suplementar à escolarização nas salas de ensino regular
considerando as necessidades educacionais específicas dos alunos da educação
especial. (BRASIL, 2010.p.8)
Como atribuição, este professor deverá conforme Orientações
do MEC (BRASIL, 2010, p.8-9), realizar o planejamento envolvendo: após
sondagem, identificação das necessidades educacionais específicas de cada
aluno; elaboração de estratégias, avaliação do desenvolvimento e acompanhamento
individual dos alunos; cronograma e execução de atividades próprias do AEE,
tais como: Libras, Braille, informática acessível, Comunicação Alternativa e
Aumentativa – CAA e avaliação, tanto das estratégias pedagógicas utilizadas,
bem como do desenvolvimento das aprendizagens construídas pelos estudantes.
O professor da sala de recursos também atuará como
articulador das atividades a serem realizadas nas salas de aula das classes
comuns do ensino regular, orientando professores e famílias sobre a
aplicabilidade e funcionalidade dos recursos utilizados pelo estudante. (BRASIL,
2010, p.8)
Estas crianças e jovens com deficiência e aqueles com
dificuldades de aprendizagem, fazem-se presentes no ensino cooperando com a
multiplicidade de saberes em sala de aula.
Esta é a escola que temos sendo múltipla em vários sentidos,
onde as ações pedagógicas deveriam contemplar a todas as crianças sob uma
lógica de uma Educação inclusiva, contemplando a diversidade garantindo o
direito de todos a uma educação de boa qualidade, isto é, promovendo meios e
modos de uma aprendizagem qualitativa a todos os partícipes aprendizes,
indistintamente.
E, acreditando nesta lógica de uma inclusão de fato,
refletindo na educação dos alunos PNE, faz-se necessário que a escola
desenvolva um trabalho que atenda a diversidade “[...] utilizando metodologias,
técnicas e ferramentas que permitam compensar déficits e necessidades.”
(SANTAROSA, 2010.p.289), configurando uma educação que valoriza e respeita a
diversidade humana.
Este conjunto de recursos diferenciados, que proporcionam ou ampliam as habilidades funcionais de pessoas portadoras de alguma deficiência, nomeamos de Tecnologias Assistivas – TA.
Desta forma, as TA se referem a toda ferramenta tecnológica ou serviço que atendam aqueles que necessitam de atendimento especializado em função de sua limitação, seja ela física, sensorial, mental ou múltipla. Associadas às tecnologias existentes proporcionam aos PNE uma maior independência e assim uma melhor qualidade de vida. (SANTAROSA, 2010)
Desta forma, as TA se referem a toda ferramenta tecnológica ou serviço que atendam aqueles que necessitam de atendimento especializado em função de sua limitação, seja ela física, sensorial, mental ou múltipla. Associadas às tecnologias existentes proporcionam aos PNE uma maior independência e assim uma melhor qualidade de vida. (SANTAROSA, 2010)
Sendo assim, as tecnologias adaptadas ou criadas, desde uma
simples bengala até um programa de computador, utilizadas como recursos de
acessibilidade que melhoram a funcionalidade do PNE, fazem parte do grupo de
TA. Por este conjunto de ferramentas ser amplo, as tecnologias abordadas neste
trabalho, referem-se aos recursos de acessibilidade a informática,
disponibilizados nas Salas de Recursos Multifuncionais, de escolas da rede
pública estadual do Rio Grande do Sul.
As tecnologias fazem parte do dia a dia e desde a invenção do
papel várias tecnologias de informação e comunicação foram criadas, chegando
então aos computadores e com eles a internet. A utilização destas no âmbito
escolar tornou-se uma realidade, aproximando o estudante a uma ferramenta que ao
fazerem parte de seu contexto social, fora dos muros da escola, propicia uma
aprendizagem mais significativa.
Utilizar tais ferramentas com alunos PNE favorece o processo
de ensino e aprendizagem e, para que isto ocorra, fazem-se necessárias algumas
adaptações nas tecnologias já existentes, a criação de outras e um serviço
especializado que atenda à diversidade.
Muitas vezes, o uso do computador por
PNE só se torna possível quando estes recursos de acessibilidade são
utilizados, como no caso dos deficientes visuais que podem interagir com os
meios digitais, através do uso de leitores de tela e sintetizadores de voz
capazes de transmitir oralmente toda a informação visual disponível no monitor.
As salas multifuncionais implantadas nas escolas públicas estaduais possuem algumas destas ferramentas para atendimento dos alunos PNE incluídos no sistema regular. Dentre estas ferramentas de acessibilidade, destaco a seguir aquelas presentes nas salas observadas.
O Boardmaker é um software com um sistema de símbolos PCS - Picture Communication Symbols (Símbolos de Comunicação Pictórica), indicado para confecção de cartões de comunicação, pranchas de comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras. Estes materiais são utilizados como uma forma de alternativa de comunicação para as pessoas sem fala ou sem escrita funcional e são construídos para atender de forma individual, conforme necessidades. (BRASIL, 2010, p.33)
Contendo mais de 4.500 símbolos com significados próprios apresentam como características desenhos simples e claros, de fácil reconhecimento podendo ser utilizado para educando de todas as idades. Combinados com outras figuras e fotos formam frases e expressões fazendo assim, com que o aluno consiga comunicar seus desejos e necessidades. (BRASIL, 2010)
As salas multifuncionais implantadas nas escolas públicas estaduais possuem algumas destas ferramentas para atendimento dos alunos PNE incluídos no sistema regular. Dentre estas ferramentas de acessibilidade, destaco a seguir aquelas presentes nas salas observadas.
O Boardmaker é um software com um sistema de símbolos PCS - Picture Communication Symbols (Símbolos de Comunicação Pictórica), indicado para confecção de cartões de comunicação, pranchas de comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras. Estes materiais são utilizados como uma forma de alternativa de comunicação para as pessoas sem fala ou sem escrita funcional e são construídos para atender de forma individual, conforme necessidades. (BRASIL, 2010, p.33)
Contendo mais de 4.500 símbolos com significados próprios apresentam como características desenhos simples e claros, de fácil reconhecimento podendo ser utilizado para educando de todas as idades. Combinados com outras figuras e fotos formam frases e expressões fazendo assim, com que o aluno consiga comunicar seus desejos e necessidades. (BRASIL, 2010)
Associado ao software RealSpeak,
as pranchas de comunicação, quando interligadas ao computador, podem ser
apresentadas de forma sonora. Ao acionar uma tecla do computador, o aluno
escutará a mensagem escolhida, que foi pré-gravada ou sintetizada. Estes dois
softwares, utilizados em conjunto, criam condições de fazer com que o PNE possa
se comunicar expressando seus sentimentos, necessidades ou desejos. (SARTORETTO; BERSCH, 2012)
A necessidade de atender a todos os alunos respeitando suas limitações sejam elas física, emocional, psicológica ou mental, faz com os professores tenham que recorrer a diversos recursos pedagógicos. Trabalhar com crianças cegas ou que possuem baixa visão requer conhecimentos de recursos tecnológicos disponíveis que atendam as necessidades destes estudantes.
A necessidade de atender a todos os alunos respeitando suas limitações sejam elas física, emocional, psicológica ou mental, faz com os professores tenham que recorrer a diversos recursos pedagógicos. Trabalhar com crianças cegas ou que possuem baixa visão requer conhecimentos de recursos tecnológicos disponíveis que atendam as necessidades destes estudantes.
Dentre os recursos que as escolas possuem nas salas de AEE
para atendimento aos alunos deficientes visuais, destaco as tecnologias de acessibilidade
que são utilizadas pelas professoras, alvo desta pesquisa.
2.1.2.1. Lupas de aumento
Este equipamento é
usado para visualizar de forma ampliada, o que está aparecendo na tela do
computador, permitindo com que os alunos com Baixa Visão (BV) possam utilizar a
tecnologia digital. (BRASIL, 2010, p.30)
2.1.2.2. Software Mecdaisy
Este software possibilita que sejam gerados livros digitais
reproduzidos em áudio, gravados ou sintetizados, no formato Daisy (padrão mundial
de livros acessíveis) e permite com que o aluno com deficiência visual e
mobilidade reduzida, tenha acesso aos livros a partir de movimentos com o mouse
ou utilizando as teclas de atalho. Desta forma, é possível navegar nos trechos
do texto selecionado, avançando ou recuando nos parágrafos, inserindo anotações
aos arquivos do livro, imprimindo em Braille (desde que o computador esteja
conectado a uma impressora Braille) e realizar leitura com caracteres
ampliados. Todos os comandos são reproduzidos em áudio garantindo a acessibilidade
do deficiente visual. (BORGES, 2012)
2.1.2.3. Sistema Dosvox
Este sistema permite a comunicação entre o computador e o DV,
com um grau de independência através de programas sonoros, permitindo edições,
leitura, impressões, formatação de textos, sendo sua interface adaptada leva em
conta as especificidades e dificuldades deste usuário. Ainda proporciona um
ampliador de tela para pessoas com visão reduzida, e por ser um programa sonoro
se pode acessar a Internet e o correio eletrônico. (BORGES, 2012)
Referências:
Referências:
BORGES, Antonio. Projeto Mecdaisy. Disponível em: <http://intervox.nce.ufrj.br/mecdaisy/>
Acesso em: 27 de out. de 2012.
BRASIL.
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>
Acesso em: 11 abr. 2009
_______
Decreto nº 7.611,
de 17 de novembro de 2011.
Disponível em : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm>
Acesso em: 28 ago de 2012.
BRASIL. Ministério da Educação. Inclusão. Revista da Educação Especial.
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Brasília: SEESP, 2008, v. 04. n 01, p.15, jan/jun 2008.
_______ Declaração de Salamanca, junho
de 1994. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>
Acesso em: 16 mai. 2009.
______
Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001. Disponível
em <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/resolucaocne.pdf
> Acesso em: 25 abr. 2009.
_______.
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
Disponível em < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos>
Acesso em: 16 de ago. de 2012.
______
Política Nacional da Educação Especial.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf>
Acesso em 16 de ago.2012
______
Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/>
Acesso em: 13 out. 2012.
_______. Projeto Dosvox Disponível em: <http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/intro.htm> Acesso em: 27 de out. de 2012.
_______
Secretaria de Educação Especial Manual
de Orientação: Programa de Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais.
Brasília: MEC, 2010
CAMPOS,
Regina Helena de Freitas. Helena
Antipoff. Recife: Editora Massangana, 2010, p.65)
CANANÉA, Leony. Inclusão na sala de aula: alunos com e sem diagnóstico. Porto
Alegre: UFRGS, 2009.
[1]
Este conceito, criado pela psicóloga, foi adotado na época pela educação
brasileira.
[2] Prancha de comunicação – Espécie de um
fichário com símbolos gráficos como fotos, figuras, desenhos, letras ou
palavras usadas pelos PNE com dificuldades de comunicação.
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